Passei boa parte de minha vida pensante tentando entender a fundo a essência das coisas que me rodeavam e que eu rodeava. Percebi que na maioria delas não precisava ir muito adiante, que não precisava entendê-las, mas senti-las já bastava para suprir minhas incertezas. Grande questão que sempre me martelou a cabeça foi sobre o que vinha antes do começo e depois do fim, ainda mais, quando certo dia um amigo virou pra mim e me explicou que o infinito era uma linha sem começo nem fim, e o que a maioria das pessoas tinha como infinito era uma linha traçada através de certo ponto, isto, seria o semi-infinito. O que possa parecer uma mera questão conceitual desestabilizou ainda mais minhas certezas sobre a cronologia das coisas, sobre a história, sobre o conceito religioso de vida e o conceito científico da criação. A palavra “O COMEÇO” já não faz muito sentido para mim, apenas uma forma burocrática de datar os fatos. Passei daí então a questionar ainda mais os conceitos humano de vida na terra e no universo, as simbologias, as crenças, os deuses, o amor. Tudo passou a ser parte de uma mera observação material e racionalista para mim. Porém, de tanto observar, ironicamente o racionalismo me alçou a um ponto de entendimento imaterial das coisas e elevou minha espiritualidade. Quando desconstrui a idéia de um Deus bíblico, personificado e patriarcalista, quando diferenciei amor à posse, destino às ações e causas. Percebi que existe um toque de GENIALIDADE no andamento da vida no universo, que existe uma ferramenta orquestrada na sistemática dos movimentos e das relações, percebi a primeira incógnita de nossa equação, percebi que existe algo maior que todos nós e nos circunda a cada segundo de nossas vidas, encontrei meu espírito, e descobrir que ele vaga muito além dos meus conceitos.
Mesmo sem olhar nos seus olhos, encontrei a obra, e assim, o arquiteto. Porém, ainda caminho muito longe do entendimento, e assim desejo continuar, pois achei a beleza.
Marcel C. Da S. Evangelista
segunda-feira, 2 de março de 2009
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Sinceramente um dos melhores textos que li ultimamente, de uma "paixão racional" fantástica, se posso usar este termo pra descrever. Para mim ler o que acabei de ler é como olhar-me num espelho... Com certeza talvez todas as explicações, caro irmão Marcel, simplesmente não necessite de complexas fórmulas para serem entendidas, talvez só baste o olhar humano, desprovido de conceitos prévios... "talvez não seja necessário, sempre mensurar o tamanho do precipcio, em algum momento basta pular de lá..."
ResponderExcluirMeus Parabéns pelo texto, realmente instigante e acima de tudo envolvente e humano! Orgulho... é a sensação que restou agora...!
Antes de postar minha humilde contribuição nesse inconstante blog, gostaria de pararabenizá-lo, Marcel, pela obra prima do que escrito.. melhor, do que foi sentido! de pé; meus aplausos!!!
ResponderExcluirBom, desta vez não postarei um texto falando sobre o assunto da semana, pois lendo o texto do companheiro Marcel, só me veio a mente duas perguntas: O QUE PODEMOS ENTENDER? E AFINAL DE CONTAS, O QUE É O BELO?
ResponderExcluirAílton Pimentel
Arriso-me a responder q o que é belo é simplesmente aquilo te faz feliz, nem que seja por um momento... quando percebe-se sem complicações mentais a simplicidade de uma ação, de um objeto, quando para satisfazer algo dentro de si, só basta uma "tranquilidade do farfalhar da brisa nas árvores"... algo assim!
ResponderExcluirSaudando a todos eu gostaria de salientar o brilhantismo e a clareza com que o meu nobre correligionário Marcel se posiciona conquanto a elaboração e feitura de seus textos, embora usando de um subjetivismo admirável, belo e totalmente compreensível, o que não é fácil de se encontrar! Não há dúvidas de que, assim como Emmanuel frizou, o texto atrai, nos envolve e toma para si todas as atenções! Querido "CÉU", me permita tal intimidade, essas aflições, acredito, não é apenas sua!
ResponderExcluirUm forte abraço e estou encantadíssimo pela idéia apresentada por você meu amigo!
Comentário supra postado por Wery Oliveira!
ResponderExcluirFalar da beleza, do que é belo é qualificante, ao falar de arte; e com sua autenticidade ultrapassa tudo que é captado pelos sentidos, penetrando na realidade, buscando interpretar o seu mistério oculto.Gerada das profundezas da alma, onde a aspiração em dar sentido a vida se une com percepção fugaz da beleza e o mistério de todas as coisas.
ResponderExcluirTemos necessidade de beleza, como a verdade, que traz a legria ao coração do homem que perdura com o tempo e une-se as gerações partilhando na admiração.Sendo em certos sentidos a beleza a expressão visível do bem,assim como o bem vem a ser a condição metafísica da beleza.Como fizeram pois os gregos, ao fundir os dois conceitos com a palavra:"kalokagathía", ou seja,"beleza-bondade". E por fim Platão: " A força do Bem refugiou-se na natureza do Belo".