Séculos e mais séculos foram gastos, tempo e investimento foram usados para tentar desvendar a mente humana, esmiuçar as nuances da “alma” buscando compreender a mais complexa parte do corpo humano: o Cérebro. Desde a parte física representada pelos impulsos elétricos que são conduzidos pelos neurônios até a psique, um vasto catálogo fora criado, enciclopédias foram escritas, livros, ciências foram emanadas, cursos, tudo elaborado acerca da subjetividade humana, numa tentativa de padronizá-la. Os poetas e músicos também fizeram sua parte, produziram obras de arte para definir a manifestação mental do ser humano. Porém o questionamento ainda não foi respondido... ”O que você faz quando ninguém te vê?” Como você se apresenta e se comporta nas relações sociais? Quem é a pessoa que se olha todo dia no espelho antes de sair pra trabalhar? Quem é aquele sentado em seu cubículo num escritório? Quem é o recepcionista? O dentista? O padeiro? O homem que anda na calçada? O bêbado? O mendigo? Todos nós temos nossos “esqueletos” guardados em nossos armários, quando nos relacionamos, estamos sendo que pessoa? Estamos sendo quem realmente somos ou meras projeções de personagens que criamos na tentativa de escondermos quão insanos somos? Nossos medos, nossas angústias, nossas alegrias... às vezes não passam de representações de nossa própria mente, na ânsia de nos relacionarmos, por muitas vezes acabamos sendo atores de nossas próprias peças, colocamos de lado nosso próprio eu, e ironicamente a busca por respostas me leva singelamente à mais uma indagação: “ Há o eu interior, há de fato o ator por trás do personagem? Ou simplesmente não passamos de personagens criados em nosso teatro mental?” O louco da esquina, está utilizando seu complexo cerebral, mas ordenadamente ou desordenadamente se comparado ao padrão social pré-estabelecido, queria estar em sua mente pra saber o que se passa... E então, “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”...
(Emmanuel C. Bispo)
Simão Bacamarte, médico alienista, de Machado de Assis, começa a recolher na casa verde(asilo de Itaguaí) os homens e mulheres que neles eram identificados comportamentos que para ele não condiziam muito com a razão humana. Como o homem que adorava a sua suntuosa casa, ou o homem que gastara toda sua herança, o homem modesto, dentre outtros comportamentos aparentemente normais para sociedade, mas que para o médico, não condizia com o bom comportamento dos sãos. Depois, o alienista percebe que é comum ao homem ter defeitos e vícios, e que loucura sim, seria o homem perfeito, cheio de qualidade e sem uma dosezinha de defeitos. Recolheu então todos estes homens de grandes qualidades à casa verde, pessoas de moral perfeita! Pois então Simão começou a curar suas patologias, tirando a modéstia do modesto, enfurecendo o equilibrado, e por conseguinte, curando-os da suas qualidades. Por fim, a casa verde estando vazia, o médico percebeu em si todas as qualidades perfeitas ao mais perfeito mentecapto: a paciência, a sagacidade, a veracidade, a tolerância, a lealdade, o valor moral e etc. E terminou por se recolhe à casa verde, o unico louco da cidade. Morreu 17 meses depois sem encontrar a equação da própria cura.
ResponderExcluir"...Ser eu mesmo sem precisar mentir...
ResponderExcluirQue as tramas das farsas se destramem
E que a verdade acenda sua luz
E se desfaçam todos os cenários
Não quero a vida pra fazer ensaio
Quero viver como se fosse hoje
O último dia
Que se dissolva toda fantasia
Não quero a máscara da hipocresia
E que no final de tudo o grande aplauso
Seja pra vida.
E que no final detudo o grande aplauso
Seja pra vida."
A verdade é que somos figurantes, quando deveríamos ser protagonístas da nossa história. Não fazer da vida um teatro de relações fictícias, mas um grande e imperdível espetáculo real. E o enredo é esta busca interminável pela descoberta de si mesmo e do universo de nossas projeções e sonhos, de nossa existência; tentando encontrar o caminho que nos faça alcançar a tão sonhada felicidade, que se mostra em momentos instantes, e que, ás vezes, perdida por nossa mania de viver de ensaios e ficções...
O homem, ser racional e manipulador das partículas da vida. Somos atroes, somos figurantes, criamos peças teatrais, somos fantoche de nós mesmos... O que sabemos acerca daquela imagem refletida no espelho? Será você um ser normal? Vivemos a cada instante numa realidade virtual, não sabemos o que somos, de onde virmos, pra onde vamos... não sabemos nada sobre a vida, não sabemos qual a direção a tomar... somos de fato normal? O que você vai fazer daqui a um minuto? Daqui a um ano? Vai fazer alguma coisa ou deixar acontecer naturalmente? Estão vendo, temos sempre a dúvida como ponto de partida...
ResponderExcluirNós seres racionais, somos senhores do nosso próprio destino e conseqüentemente, traçamos nossos caminhos, nossas historias.... muitas vezes nos debatemos com muralhas, as quais não nos deixa ir a frente, porém sabemos que ao ultrapassa-la teremos um lindo jardim com flores e água fresca..... só que esse paraíso é apenas para aqueles que consegue ultrapassar tal barreira, ou seja poucos conseguem chegar ao destino que tanto almeja.... portanto teremos que saber como nos manipular, e como nos modelar para não nos perder dentre tantos caminhos errôneos... acho que temos varias indagações a fazer, como o mestre da musica diz, Será só imaginação? Será que nada vai acontecer? Será que é tudo isso em vão? Será que vamos conseguir vencer?....
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